VALEI-ME DEUS! É O FIM DO NOSSO AMOR
Olhei pra cara da música
Ela estava estranha e alegremente sombria;
Tinha um ar de idiota
E estava abraçada com a poesia.
Ouvia-se um tum tum tum
Que vinha da vizinhança;
Diziam que era uma nova moda
Com selo de nova dança.
Achei que era uma festa de cornos
Ou congresso de peão,
Mas não tinha gado nem cavalo,
Quando olhei pela fresta do portão.
A música era tonta e esquizofrênica,
De apenas três notas se fazia;
Emburrescia jovens e adultos
E acinzentava a tez da poesia.
Os músicos da Bossa Nova,
Do Blues, do fado, do jazz e do baião,
Esconderam seus instrumentos,
Pra não se contaminarem com esse dom;
E num protesto mágico e silencioso
Foram trabalhar na construção.