O músculo poético

As vezes preciso de quietude, nem que seja no ermo de um vão

para minha soledade ganha forma , se tornar poesia

encher o largo espaço de auto sevícia

em íntimos respiros de alma em ascensão

Ela tem necessidades de voar alto

de chorar calada na coincidência da ausência

de quem a tem por completa

na mira certeira, pronta para furar o alvo

As vezes ela quer morrer de pressa

as vezes lenta, como se fora lesmas queimando

na saliva do carrasco cuspindo

ou tua língua lambendo travessa

Alma é de mim e já viveu por nós dois

ela te quis como baleias gostam de voar

como pássaros adoram nadar

como os abutres adoram vir depois

Eu penso como um garoto, que apanhou do pai

e esta triste , confuso , com bolsos cheios de gudes

esperando a mãe dizer,"meu filho não chores"

"isso vai passar"..., vai?

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 02/02/2015
Código do texto: T5123222
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