O músculo poético
As vezes preciso de quietude, nem que seja no ermo de um vão
para minha soledade ganha forma , se tornar poesia
encher o largo espaço de auto sevícia
em íntimos respiros de alma em ascensão
Ela tem necessidades de voar alto
de chorar calada na coincidência da ausência
de quem a tem por completa
na mira certeira, pronta para furar o alvo
As vezes ela quer morrer de pressa
as vezes lenta, como se fora lesmas queimando
na saliva do carrasco cuspindo
ou tua língua lambendo travessa
Alma é de mim e já viveu por nós dois
ela te quis como baleias gostam de voar
como pássaros adoram nadar
como os abutres adoram vir depois
Eu penso como um garoto, que apanhou do pai
e esta triste , confuso , com bolsos cheios de gudes
esperando a mãe dizer,"meu filho não chores"
"isso vai passar"..., vai?