Sufoco

Na grande aldeia

Ofuscada pela informação,

As dores e alegrias da alma

Consomem altas doses

De pura ilusão.

O sangue que corre

Não sustenta,

A fome de saber

Que não alimenta.

A hipocrisia aumenta

E a verdade se ausenta

E não há lugar na escuridão,

Em um quarto sombrio

Onde não sinto frio

Apenas os antigos monstros

Inimigos da imaginação.

Não há canções de amor,

Nem brilho no olhar,

Vazio em seu íntimo,

A dor escolheu um corpo cansado

Exausto sem ter para

Onde caminhar.

E a fuga não encontra conforto

Não vê sossêgo

Sem fôlego

A saída é um longo sufoco.