Poema Juvenil

Houve um tempo, árduo coração, em que o pedido saia da boca dolorida recém passado pela garganta empoeirada.

E as dores, nessa hora, tomavam forma para, logo depois, se despedaçarem no encontro com o rancor.

Tempo de sofrer, viver de engolir a seco sem um amanhã palpável, sem chão, sem glória alguma, sem verdade.

E lá se foi o tempo, passando e ensinando a dor a doer; na procura de toda e qualquer lembrança liberando antigas sensações.

E a dor passou a ser tão freqüente que aos poucos, foi sendo tratada

como amiga e com a corrida do tempo, antes vagaroso, a dor tornou-se solidão apenas.

A solidão sim, massacra; mas abre uma nova porta.

E pela porta que a solidão abriu todas as manhãs entrava um cheiro bom.

E de manhã em manhã, faz-se vida, pedidos

sonhos, desejos, prazeres, sede, paixão, amor, eternidade em ciclos.

Natal
Enviado por Natal em 12/06/2007
Código do texto: T524362
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