Pra não dizer que não falei da praça

A praça vê-me distante

E saudosa me olha sem graça

As árvores, seus braços

Sacolejam ao vento como se pressentisse

A falta.

Mas como ir se a praça de hoje

Ocupa-se de outros vadios?

Homens sãos não metem os pés

Pelas mãos no perigo do entorno.

Quem sabe assalto?

Quem sabe morte?

Quem sabe um não saber de nada

Até que se prove o contrário.

Decide! Não vou à praça!

Contento-me em vê-la nos momentos ausentes

Como se tivesse sonhado,

Como se tivesse numa lembrança,

E o riso de agora é um riso sem graça

De quem perdeu os pés e a praça.