Uma dose de nós dois

Não irei negar o que sinto, pois o que sinto me faz ser o que sou.

Não tentarei assoprar a brasa de nossos restos, que um dia se fez chama. Não tentarei ascender o que ainda não se apagou.

Ainda estamos aqui, no mesmo lugar, como cães de guarda de um sentimento, e as correntes continuam presas em nossos pescoços, porém, enferrujadas, desgastadas pelo tempo, o mesmo tempo que adiou nossos desejos, nossa ilusão do eterno.

Que algumas doses de sangue sejam bebidas, e que a ressaca nos faça perceber, que quanto mais de nós provamos, mais exageramos na dose de nós dois!

Quézia Meira
Enviado por Quézia Meira em 11/07/2015
Reeditado em 17/07/2015
Código do texto: T5307752
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.