PERDIDA
Sinto-me estrangeira,
Sem eira nem beira
Num mundo que não é meu...
Sou uma intrusa sem lar
Desde o ventre que me renegou,
Desde quando caminho,
Antes das luzes
Quando ainda sombras a pairar
Por esse deserto sozinha...
Sob meu sorriso espinhos
Cravados e mantidos
A ferro e fogo...
Ninguém enxerga de mim
Minhas dores, meu abismo...
Não sou santa nem demônio,
Apenas uma andarilha do tempo
A procura de um recanto seguro
Onde as vezes eu possa descansar
Minhas chagas, minhas faltas,minhas mágoas
E assim poder esquecer
E estancar minha sangria.
(Faz parte do livro meu livro "Solitariedades")