NOITE.
Parto no silêncio da estrada!
Fecha-se a porta da saudade,
O vento canta na ramada,
Canção triste de crueldade.
Caminho por trilhos marcados!
Na aurora que não acontece,
Oiço o clamor dos condenados,
Em suplício quando anoitece.
Descanso na gruta da perdição!
Entre serpentes cuspideiras,
Assobiam víboras de traição,
Oiço o choro das carpideiras.
São de sangue os raios de luar!
Que incendeiam a noite clara,
Já cansado de tanto caminhar,
Adormeço e começo a sonhar.
LuVito.