Sóbria frieza

Desculpe o mau jeito, quiçá, decepção,

Meu amor por ti não é ágape, é ávido;

Digo, não puro e sublime como o cristão,

É calor, pele, tesão, algo rude, impávido...

Se pensas que posso congelar no tempo,

Verás no fim do tempo, amor nenhum;

O cinema pode enfeitar eterno o momento,

Contudo, meu querer não é forever Young...

Digo, é para sempre se for bem alimentado,

Se morrer de fome, morre, fico no pincel;

Não me entenda imaturo ou, precipitado,

fatos, o Gibson aqui, está perdendo o Mel...

Amor tem muita fome, e não, de bolacha,

É avalanche que rompe a brancura da neve;

um fogo intermitente consumindo a acha,

um querer insano maior que o que se deve...

Sim, se seu senso de dever abafa o calor,

a ponto de ser prioridade antes de mim,

falta o devido tempero fraqueja o sabor,

teu amor não é louco o bastante pra mim...