Soneto Ultra-romântico

"De que vale um poeta - um pobre louco

Que leva os dias a sonhar...?

Deixem-se de visões, queimem os versos."

Álvares de Azevedo

Peguem meus versos e matem com as fadas,

sujem no sangue de todas as mortes,

deixem aos pedaços sangrando de cortes,

sepultem as artes, não servem pra nada.

Joguem no lixo da Terra acabada,

cacem minha alma em covardes esportes,

juntem com a cinza da velha má-sorte,

chutem os poetas das altas escadas.

Aplausos à arte são sempre mentidos,

e todo artista que se acha mui útil

já vê o seu peito nas ruas cuspido.

O homem só louva o imbecil, o que é fútil,

o tolo e a merda. Tudo urde perdido!

tudo está morto! ó minha arte que é inútil!

Meu blog: www.artedofim.blogspot.com

Alessandro Reiffer
Enviado por Alessandro Reiffer em 26/06/2007
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