Doença de berço

Com a própria mão desci goela abaixo,

em busca de algum sinal ou mesmo do próprio déspota dentro do capacho.

Que engasgasse se voltasse sem nada,

Importava mesmo era a sensação da descida rasgada.

Ficam brincando de tabuleiro, lançando cavalos loucos no cabresto.

O selvagem fica louco e dá coice adoidado.

Desconhece a mãe, filha do próprio pecado.

Pregam a peça de aprendizado, onde já se viu: estágio com o próprio nefasto.

Quebra a cerca no giro revoltado, acerta todo mundo, sai correndo alucinado.

Sai da frente que esse daí é deseducado, mas tudo mentira – tão enganado.

Por muito tempo massacrado na tormenta do amarro. Vítima do afeto trocado.

Onde aprenderam a valorizar a dependência com obsessão.

Viés inacabado duma alma perturbada pela solidão, pelo fracasso da existência e do crescimento desprezado.

Louco, desvairado, mas não alado. Correndo de lado a lado, em busca do não encontrado.

Um pouco de sentido na fábrica de relação, via organismo perturbado. Ou achado.

Mas se aprendeu o contrário, desolado, cavalgando ao horizonte em sedenta busca por água, não de amparo.

O que nunca teve aprendeu a dar certo e a aceitar errado, não importa de onde venha, nunca será igual ao imaginado

O que era pra ser e nunca foi, precisa ser criado.