Cerebral

É meu... ninguém toma, eu vi primeiro.

Mas o apaguei em um sopro tão ferrenho

Como quem rasga uma cédula de dinheiro,

Sem importar seu valor... ou seu empenho.

Não quero chorar, pois da cabeça venho

Sair ou entrar de novo como um herdeiro

Que como herança do passado ainda tenho,

Um presente brutal... mais verdadeiro.

Não posso ver de repente ou ligeiro

O que era costume da mente na ação,

Só os vagos caminhos prisioneiro,

Como uma réstia de luz na escuridão,

Como uma flecha sem um bom arqueiro,

Que não acerta a mira e tão pouco a razão.