Perdoa-me, oh, peito meu...

Queria eu conseguir entender
O que se passa contigo,
Oh, peito meu...
Por que dói e sangra tanto,
Por que não te conformas
Com teu pranto
De amar e nunca ser amado?  
Bem sei que,
O que te faz doer assim,
Não é te deparares a todo momento,
Com tão belo sentimento,
Que nem o vento levou com o tempo,
Mas é saberes que,
De tanto amor ali dispensado,
Nada daquilo pertence
Ou algum dia pertencerá a ti...
Perdoa-me, oh peito meu,
Perdoa-me por te fazer passar por isso,
Perdoa-me por nunca ter te protegido,
Perdoa-me por te fazer sofreres assim...
Sabes, por vezes me pergunto,
Por que me humilho tanto,
Amando assim quem nunca
Vai sequer olhar pra mim?
Será que, durante todo esse tempo
Não consegui tocar seu coração,
Nem despertar nada,
Que não fosse carinho,
Amizade ou compaixão?
Mas sabes,
Talvez esse alguém esteja certo,
Em escolher amar suas lembranças,
Cultivar seu passado de esperanças
E viver em um mundo só seu...
Talvez seja mesmo melhor assim...
Eu é que não aprendo!
Amo-o dessa forma intensa,
Vivo presa em suas ausências
E dele nunca nunca receberei nada
Além de ilusão...
Ah, mas uma vez te peço,
Perdoa-me oh, peito meu!
Perdoa-me por te tratar assim,
Perdoa-me por tentar, sem sucesso,
Nos encaixar em um espaço
Que nunca houve
E que nunca existirá pra nós dois...
Perdoa-me...

 
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 04/02/2017
Reeditado em 04/02/2017
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