Lamúria

De que adianta agora,

De que adianta buscar na memória a tua voz,

As tuas palavras foram pra longe,

Foram largadas ao vento.

De que adianta chorar, ao ver que o peito sangra.

De que adianta sofrer,

Se não consigo lembrar dos versos,

Da poesia incompleta que fizeste a mim.

De que adianta esperar pela lua, aquela descrita pelo poeta,

Ela só vem no meado do mês que vem.

De que adianta vagar por ai, pelos sonhos, pelas noites compridas,

Pelos bares, a mesa vazia.

De que adianta esperar por ti,

Se bem sei que não voltas.

Vá de mim, carregue tua sombra daqui,

Mas por Deus, deixe aqui minha alma.