Laceração de Androgynous
A cidade, grande e negra, é cemitério
E sem critério, em norte e sul, jazem dois amantes.
Enquanto dois seres, corpos e restos, de um incompleto
Enfrentam, ineptos e em débito, a suas perdas.
O homem alto, alto orgulho,
falso sorriso e falso sentimento,
fronte a agora, morta e imunda
foste antes, princesa moribunda
se afunda,na chuva desgraçada:
Garoa fina, rala, e carregada.
Respira sua liberdade fracassada.
Cabelos loiros ressecam no sol
frente ao túmulo quente de um sorriso.
Flor e espinhos, dantes invisível.
São quase duas figuras mortas.
Um réquiem diz que a tempestade é castanha.
Castanhos.Castanhas.Dias sob o sol.
Uma lembrança que escorre porquê foi feliz;
Mas sob a pele, hoje é ácido.
Dois bichos cicatrizados,
Um centro entre mórbidos cantos,
conta um encontro,sem encanto:
Um olhar, meio segundo,
Um lado e outro da calçada.
Sem sorriso, sem lágrima,
são só fantasmas.