Sou eu...
O homem que faz do nada seu tudo
Do tudo seu nada
Ama o mundo
Mas, não tem amada
O homem que supera as mais insuperáveis dificuldades
Faz da necessidade o seu amor
E do seu amor uma necessidade
Mesmo com tanto sofrimento e dor
O homem de voz, pois a sua palavra se expande
Amado pelos companheiros pobres
Odiado pelos inimigos dândis
Imperfeito como qualquer um, porém nobre
O homem que erra sem medo de errar
Sabe que o bom homem não é perfeito, é aquele que com desterro
Sabe qual é o seu lugar
E sempre assume o seu erro
O homem que não crê em padre, pastor ou policia
É inteligente o suficiente
Pra entender a sujeira da religião e da justiça
Mas que é crente e sabe que ele existe, pois o sente
O homem que dá a volta por cima e está sempre sorrindo
Que está levantando
Quando pensam que ele está caindo
Pois, está sempre tentando
O homem na medida certa nem bom, nem mal
Faz o possível pra dizer coisas concretas
Como ele nunca haverá igual
Simples, gente da gente, poeta
O homem que você um dia poderá desprezar
Por pensar o que todo mundo pensa
Mas, um dia vai procurar e não vai mais encontrar
Por tentar o que todo mundo tenta
O homem que é falcão e lobo
Destemido, desbocado, ousado
Desafia a coca-cola, o clero e a rede globo
Mesmo sabendo que por eles pode ser calado
O homem que segue...
Até o fim
Firme, forte, triste, alegre
Esperando o sim...
O homem que administra
Agora vai imitar
A nossa grande e exemplar ministra
E vai relaxar e gozar...
Antônio Drummond de Moraes