Sou eu...

O homem que faz do nada seu tudo

Do tudo seu nada

Ama o mundo

Mas, não tem amada

O homem que supera as mais insuperáveis dificuldades

Faz da necessidade o seu amor

E do seu amor uma necessidade

Mesmo com tanto sofrimento e dor

O homem de voz, pois a sua palavra se expande

Amado pelos companheiros pobres

Odiado pelos inimigos dândis

Imperfeito como qualquer um, porém nobre

O homem que erra sem medo de errar

Sabe que o bom homem não é perfeito, é aquele que com desterro

Sabe qual é o seu lugar

E sempre assume o seu erro

O homem que não crê em padre, pastor ou policia

É inteligente o suficiente

Pra entender a sujeira da religião e da justiça

Mas que é crente e sabe que ele existe, pois o sente

O homem que dá a volta por cima e está sempre sorrindo

Que está levantando

Quando pensam que ele está caindo

Pois, está sempre tentando

O homem na medida certa nem bom, nem mal

Faz o possível pra dizer coisas concretas

Como ele nunca haverá igual

Simples, gente da gente, poeta

O homem que você um dia poderá desprezar

Por pensar o que todo mundo pensa

Mas, um dia vai procurar e não vai mais encontrar

Por tentar o que todo mundo tenta

O homem que é falcão e lobo

Destemido, desbocado, ousado

Desafia a coca-cola, o clero e a rede globo

Mesmo sabendo que por eles pode ser calado

O homem que segue...

Até o fim

Firme, forte, triste, alegre

Esperando o sim...

O homem que administra

Agora vai imitar

A nossa grande e exemplar ministra

E vai relaxar e gozar...

Antônio Drummond de Moraes

Antônio Drummond de Moraes
Enviado por Antônio Drummond de Moraes em 15/08/2007
Código do texto: T608598