AMORES DE MAIO

Maio, mês das noivas,

As virgens loucas

Saem no cortejo

Como se fosse Carnaval.

Maio, esfera quimérica,

Aqui rendem-te

Estas flores pueris,

Brotos quedos do pé.

Maio, mês dos violentados,

Que mudos calam,

As bocas em gazes,

Cédulas de identidade.

Maio, mês da morte,

Do amor, seus larápios.

Passa a noite, explode:

Brotos, rojões de fanfarra

Além da primavera renata.

Fernando Munhoz
Enviado por Fernando Munhoz em 13/10/2017
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