A DOR DO POEMA AUSENTE

Hoje o poema se faz arredio

Foge de mim tal qual borboleta no jardim

Tão belo...

Se escondeu entre as frestas do teclado

Se insinua mas não se revela em versos tristonhos

Mas não desejo as rimas descontentes, hoje

Nem almejo rimas; seria pretensão a minha, hoje

Queria apenas a poesia simples, hoje,

que dissesse do meu medo,

do enredo da minha vida,

dos pontos mal bordados na tecelagem do tempo,

do que perdi por medo de sofrer,

do que sofri por medo de viver,

do que não vivi

e do que não deveria ter vivido...

Mas as palavras fogem apressadamente

Ainda o pensamento não me chegou à mente

e já não mais o posso descrever!

Dói a poesia fugidia

Dói a lamúria destes dias

Dói nem mesmo poder fingir o verso

Dói.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 17/11/2017
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