Caminhada

Caminhada

E eu caminho sozinho e deixo o redemoinho me levar

Eu, tempestade, de idade a desconsiderar.

Tão grande e tão miúdo

De vida e de mundo

Que nem vale a pena entender

O que a alma sente e insiste em não ver.

Tão alegre e tristonho

Inteiro de sonhos

Que nem vale a pena contar

O que a vida não quis me dar.

E quem é esse no espelho que me dá medo e pena...

Que o mundo imundo envenena...

De dor

Despido de vontade, alega insanidade.

Sem o amor

Sem o perdão

Por que a minha intenção

Era viver e ser feliz

E foi por um triz

Que tudo acabou

Ou ficou pra frente

E quem sabe de repente ainda possa voar

E amar

E esquecer a dor

E construir finalmente o palco

Pro meu grande amor

O meu Eu, Ator.