Pregresso

Achei-me no fim

Antes fosse astro - louco - feito cão

Vagando entre universos em mim,

Na tua manta este borrão.

Rolei o mundo a caminhar,

Caçando uma voz de esperança apenas.

Uma sátira regressa - pôs a me esperar

Entre mim e eu, várias badernas.

No intuito de se ver livre, achei morte.

Por quase, fui um progresso:

Arremessei tantas pedras sem um norte.

A sonhar, pregresso.

Danei a viver na encruzilhada,

Na displicência que me debandava.

De correr a vários dias, sorte abandonada;

-Enfim - surgia - uma dor a ela apontava.

Na força desse destino

Feri e chorei - amargamente - meus desatinos,

Lá está ela, entra antes de fechar o ferrolho,

Seca meu destino - olho.

Muita vida em meus alardes,

Antes de achar um caminho;

Depois dessas beldades

Quebraram as minhas asas, era passarinho.

Ainda cercado por minha fúria

Prestes a vê-la - na porta - ela ria.

-“Ao entrar abandone a esperança”.

Perdi-me, sem mais temperança.

Passei a girar em que instante estarei?

Marcelo Luna
Enviado por Marcelo Luna em 15/09/2007
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