Tarde azul

Olhando por esta janela antiga
Nem mais sei o que eu sou.
Já não ouço mais meus blues,
Nem tempo tenho
Para ver o sol nascer.
Só restam lamentos
Nas minhas tardes azuis,
Uma tristeza profunda,
Vontade de não mais ser...
Como um espantalho
Levado pelo vento
Vou seguindo a vida,
Esquecido dos deuses,
Ermo de amores,
Carente de pensamentos,
Distante de tudo,
Crivado de dores...
Sou agora aquele que nunca foi.
Aquele que nunca ousou.
Alguém que nunca amou...
 

Vinhedo, Verão de 2013.
Benevides Garcia
Enviado por Benevides Garcia em 21/02/2019
Código do texto: T6580934
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