Acordo, abro os olhos,
E o mundo é uma ameaça...
A insegurança que sinto,
Tira qualquer convicção 
De mim mesmo e da vida...
De que no fenômeno
de representação e impermanência
Que experimentamos na observação,
Nunca nos permita ser a coisa em sí...
entrelaçados desde os primeiros
Instintos, até esta rede de labirintos
A nos prender e nos manusear
Sob falsas luzes imersas na escuridão
Seguimos programados,
A manter as aparências,
De que tudo seja motivo 
De alegria e gratidão,
Ocultando de nossas perguntas, 
Toda a dor da incoerência
E enquanto este presente
Se apresente como um sono,
Em que se dorme de olhos abertos,
Continuaremos de aplausos insensíveis,
De mentiras intelectuais ou espirituais
De forças cegas que se adaptaram
Ao pulsar frenético dos rítimos
E das cores,
Que hoje acreditamos ser tudo,
Suportando insanos enredos,
De máscaras e carnavais.
E que a morte me seja como eternidade
E que nunca mais,
Eu seja um eu a perguntar.

Cesar Machado Sema
07-04-2019
Cesar Machado Sema
Enviado por Cesar Machado Sema em 07/04/2019
Reeditado em 07/04/2019
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