A Janela
A Janela
De longe o vejo
Não posso tocá-lo
Um infinito nos separa
Duas estrelas bombardeiam a escuridão
Marcam meu corpo, não me deixam seguir
Ao redor, um sentimento fino e frio aparece
Fecho os olhos ele se vai
Um peso cai, a terra estremece e eu rio
Rio que corre agitado sem saber que existe o mar
Expande-se levando as flores da ribanceira
pensando que lhe fazem companhia
Elas, por alguns instantes felizes
Não se apercebem que não têm chão
Murcham lá na frente, antes de morrer
O mundo fica mais triste
E o rio mais denso segue sua trilha cega
Carregando o peso dos seus erros
Um clarão repentinamente apaga tudo
Consigo ver a sua janela
Amadeirada, perfumada, trabalhada,
cheinha de tecnologia e adereços
Mas que pena, fechada
Acordo, sobressaltada, resfolegante... algo me toca
Os olhos me abrem
Rio de novo, Bob quer passear.....ahahahah!