A CANÇÃO DAS MOÇOILAS PERDIDAS

Nesta floresta estamos perdidas

Somos gazelas no mato a chorar.

O que fazemos de nossas vidas

É um desastre que nos faz pensar.

Mas qual o tempo? e que refletir?

Se a floresta é densa, o medo corrói?

Somos apenas sombras de um existir

Que o povo da urbis com prazer destrói.

De braços dados com a desesperança

Aos homens, os corpos, emprestamos.

Qualquer trocado para a gastança,

Nos faz escravas, nem sequer amamos.

Estamos soltas à noite pelas pradarias

E enquanto a lua sobe no firmamento

Cavalgamos montes e por outras vias

Não temos porvir só este momento.

Somos romance aberto, que ninguém lê;

Temos vidas expostas em iminente dor;

Almas conturbadas que o mundo não vê;

Falta-nos compreensão e também amor.

No meio da floresta, olhos nos observam

Armam emboscadas, querem nos pegar;

Os galhos açoitam, temores enervam

Em sequidão ficamos; já não há sonhar!

ALEX GUIMA
Enviado por ALEX GUIMA em 15/11/2007
Reeditado em 17/11/2007
Código do texto: T737927