Moema XXI

Moema pôs uma mini-saia preta...

apática à dor; pálida a cor

baton vermelho nos lábios

não se ilude mais

já sorveu-se em tantas águas...

descobriram o mundo dela

aportaram em sua alma

morena bela

fervente

consumida descartada desalmada

agora é Yara no seu canto

numa esquina dezessete anos de mágoas

no silêncio

tanta coisa pra contar

agora é má

moendo o corpo salgado

Moema pós-moderna mascaráda

solta o leme

perde o lume

espera o nada

cantando uma cantiga

que tem o ritmo da onda no mar

tão linda assim de preto...

talvez espere algo

talvez ainda sonhe

talvez esse seja o segredo

mas sem mais vista ser

deixa-se ser assim sorvida

consumida consumada retraída- é assim

assim vai ser.

(12/maio/2007)