POR QUE?
Por que ainda aceito
Inda estou aqui
Ouvindo bárbaros
Suas indelicadezas
Sutis asperezas
Rebarbas n’alma
Por que fico calado
Receptáculo escuro
Sem muro ou escora
De tantas insanidades
Torpes mesquinhezas
Preciso saber por que
Me estanco
Ouvindo a escória
Aqueles que se limitam
Orbitam a insensatez
Me falta o ato, o impulso
Contuso, metamórfico
Dar as costas
Ignorar a ignorância
Os que louvam o incógnito
Impotente fraquejo
Hesito, contemporizo
Transijo nos princípios
Convivo com a incúria
Por que?