Já não espero

Já não me engano por uma ilusão

Já não espero ou busco pelo amor nos outros

No presente desses versos, estou no intento de cultivá-lo em mim mesmo

Eu, que sempre vacilei em me amar

Que sempre vi mais defeitos que qualidades

Talvez, por ser mais aberto a reconsiderar

A reconhecer minhas próprias dificuldades

Nesse agora, eu busco por minha paz interior

Ainda distante

No horizonte, que teima em chegar

Como um sonho que some quando eu acordo

Como um pássaro que foge quando eu me aproximo

Já não me engano com os relacionamentos líquidos

Seus suores frígidos, seus sentimentos vazios

Se eu não mais bebo de sua miragem

Se a vida é um deserto e eu procuro um oásis

Como um mar, descendo o rio

Com coragem, sozinho

Eu procuro o meu lugar, onde possa me sentir mais livre, protegido

E em cada espelho encontrar um amigo

Onde eu possa continuar meditando, refletindo, me sentindo mais vivo