MEU ROSTO

Meu rosto

já não o vejo em mim

Perdi-o em alguma rua

por onde espalhei

minha alma cismada

ou no fundo

do teu olhar distante

E ele trazia

meus olhos atentos

que costumavam

alcançar as estrelas

e minha boca alegre

que cantava

canções de ternura

Meu rosto

já não o vejo em mim

Crispado de ver fantasmas

perdeu-se

nas paisagens ressentidas

ou já não o reconheço mais

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