O BÊBADO

Ele amava um reco-reco,

só vivia no boteco,

foi beber, caiu no sono.

Acordou desmantelado,

com estômago virado.

(Zu de ébrio não tem dono!).

Consultou sua carteira,

sem dinheiro na algibeira,

foi beber pinga fiado.

Primeiro bebeu seu trago,

( - Queira Deus que amanhã pago!)

deixando o dono irritado!

E de boteco em boteco,

tocando seu reco-reco,

tomou mais pinga de graça.

Rodando pela cidade,

deu um drible na saudade

e foi cochilar na praça.

Mais uma vez cai no sono,

tem São Jorge por patrono,

que o defende do dragão.

Ingerindo a canjebrina,

ele esquece da menina

que roubou seu coração!

Viajou pelas estrelas,

deu vontade de comê-las,

mas conteve seus instintos.

O coração pulsa forte,

procura na vida um norte,

e fugir dos labirintos!

Adentrou pelos jardins,

colheu rosas e jasmins

para dar à namorada.

Mas se levantou tristonho,

era mentira, era sonho,

era a mente alucinada!

Então Deus se condoeu,

e o poder que Deus lhe deu

foi ter asas pra voar.

Voou para além da vida,

e nessa eterna subida,

à terra não quis voltar!

JUCA VIEIRA

IMPERATRIZ MA

25/03/2024

Juca Vieira
Enviado por Juca Vieira em 25/03/2024
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