um sonho esculpido na alma

às vezes o sonho passa bem diante dos nossos olhos

e a gente dorme,

ou finge que dorme.

finge pra si mesmo e deixa escapar um pedaço de tudo

que um dia, completaria um todo em cacos.

depois de uns tombos e muita dor

a gente vê que não tem jeito,

somos fracos e pequenos pra aprender antes do erro.

então, trombamos em nossa própria alma

matando os maiores aliados

e enterrando nossos maiores anseios,

por sermos assim, imperfeitos e completamente cegos.

perdemos, e ficamos sem graça

porque voltar parece equivocado

e a vida se torna descompassada;

difícil prever o tamanho do desvio.

resta pendurar as lembranças nas paredes da casa

remontando momentos puros e vivos

quando não tínhamos paladar apurado

para saborear de fato o que a vida nos ofertava.

assim,

penetrando fundo nas falhas,

a vida pede passagem enquanto o tempo segue numa rota quase sem fronteiras.