Minha partida

Deixei para trás sonhos, quimeras,

No alquebrando da miséria. Foi-se,

Depois, caminho, antes - fui - fosse!

Onde navega o que me perdera?

Na luz, escura, cheia de auroras.

- Em vão respondo!

Saudades traduzidas - variadas,

Varridas. Ao léu do profundo.

Divagam e me procuram.

Afinal, meu grito é uma cura

A quem, por acaso, era.

E no fim: fora.

Cometo erros, eles erram?

- Não parece. Sempre acertam,

Quando - toda vez - berram.

Acreditem, eles encerram.

Um pouco mais era brasa

- de sol. Mais além?

Azul. Um golpe de asa

Faltou. Quase fui aquém.

E corro sempre do acaso

Feito lobo andarilho, eu peso.

Antigo dono desse descaso

No seu ato - refém.

Para recontar meus casos.

Marcelo Luna
Enviado por Marcelo Luna em 17/01/2008
Código do texto: T820895