"A Violência Nossa de Cada Dia" = Poesia de Desilusão=

Assassinatos viraram coisas corriqueiras

Mata-se à toa nas capitais ou no interior

Ceifam-se vidas por quaisquer besteiras

Para quem fica, fica às vezes eterna dor

Mata gente até de “alto nível” intelectual:

Formado em Direito e nomeado Promotor

Atira e mata pra demonstrar que é o tal

Da vida do homem comum, dono e senhor

(Promotor da Justiça Brasileira, o doutor

Teve, no entanto, salário bem aumentado

Seu crime não foi coisa de causar horror

Matou “apenas” outro jovem. Desarmado)

Juiz atirou num segurança, por nervosia

E apareceu para depor como um artista

Não será preso. À cadeia ele tem alergia

Terá, é claro, a proteção corporativista

Mães matando filhos, netos matando avós

As drogas por trás de muitas atrocidades

Muito se perguntam: “O que será de nós?

Se cometem crimes até as autoridades?”

A violência virou coisa banal, até rotineira

Assunto principal de todos os telejornais

A violência praticada até como brincadeira

Será que nunca, jamais, conheceremos paz?

Padres asquerosos sem respeito à infância

Praticando imoralidades, vitimando inocentes

Protegidos, sempre, por superior instância

Quiçá bispos que foram padres indecentes

A violência é tão velha quanto a humanidade

Jamais será do mundo totalmente erradicada

Haverá, no entanto, um empenho de verdade

Para que seja um dia pelo menos minimizada?

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 22/02/2008
Código do texto: T871086
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