"A Violência Nossa de Cada Dia" = Poesia de Desilusão=
Assassinatos viraram coisas corriqueiras
Mata-se à toa nas capitais ou no interior
Ceifam-se vidas por quaisquer besteiras
Para quem fica, fica às vezes eterna dor
Mata gente até de “alto nível” intelectual:
Formado em Direito e nomeado Promotor
Atira e mata pra demonstrar que é o tal
Da vida do homem comum, dono e senhor
(Promotor da Justiça Brasileira, o doutor
Teve, no entanto, salário bem aumentado
Seu crime não foi coisa de causar horror
Matou “apenas” outro jovem. Desarmado)
Juiz atirou num segurança, por nervosia
E apareceu para depor como um artista
Não será preso. À cadeia ele tem alergia
Terá, é claro, a proteção corporativista
Mães matando filhos, netos matando avós
As drogas por trás de muitas atrocidades
Muito se perguntam: “O que será de nós?
Se cometem crimes até as autoridades?”
A violência virou coisa banal, até rotineira
Assunto principal de todos os telejornais
A violência praticada até como brincadeira
Será que nunca, jamais, conheceremos paz?
Padres asquerosos sem respeito à infância
Praticando imoralidades, vitimando inocentes
Protegidos, sempre, por superior instância
Quiçá bispos que foram padres indecentes
A violência é tão velha quanto a humanidade
Jamais será do mundo totalmente erradicada
Haverá, no entanto, um empenho de verdade
Para que seja um dia pelo menos minimizada?