Leveza!

Num instante todo aquele peso sumiu,

E de repente me vi livre de você.

Carregar todos aqueles jogos,

Te reprimir por todos aqueles anos.

Quando mais te dominei foi que me tornei prisioneiro,

Assim quando te libertei, percebi que o livre era eu.

E agora me pego sorrindo com leveza,

Pois primeiro você partiu e em seguida fui deixando a bagagem pelo caminho.

As lembranças foram me escapando como pecados que me eram perdoados.

Pouco-a-pouco fui me encontrando a cada nova esquina,

E meus ouvidos voltaram a ouvir com clareza, pois antes havia um chiado como uma estação mal sintonizada.

Aliás, todos os meus sentidos estavam estancados,

Viver afinal era controlar você.

As linhas de nossas existências haviam se cruzado,

Percorreram alguns anos correndo em paralelo.

E eu achava que poderia te levar pra passear num submarino amarelo,

E, além disso, sair ileso desse passeio surreal.

Hoje percebo que de tanto te querer bem, te causei muito mal.

Meus mais preciosos excessos são:

Acreditar no amor, no sorriso e na flor.

E transforma-los numa estranha forma de dor.

JottaErre
Enviado por JottaErre em 11/01/2006
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