EU
Existe em mim uma inquietude
E ela me torna um nômade
O pensamento voa, tudo tem que ser analisado
Sempre em busca de algo
Sempre questionando,
É quase uma rebeldia
Contra tudo aquilo que é estabelecido.
Se é estabelecido,
Foi por quem???
Qual o propósito???
É perpétuo????
Penso tudo, nada passa, é algo que vem de dentro
Só não aceito ser rebelde
Pois nunca me passou ser revoltado
Sou revoltado sim, mas é contra a injustiça
A mentira, a manipulação.
Sou quase uma máquina, dados me atraem,
Aprender não é suficiente,
Apreender é objetivo
A tristeza que fica
É que esta inquietude fere aqueles à minha volta,
Gostaria que fossem tão inquietos quanto eu.
Também não aceito ser insatisfeito com a vida,
Ela me deu muito mais que mereço,
Oportunidades mil, algumas bem aproveitadas,
Outras, nem reconhecidas, várias interrompidas.
Mas assumo a busca constante por mim mesmo
Quando experimentei, tive sensações extremas
Extremamente felizes e completamente nulas
Mas sempre, sempre mesmo
Fiz questão eu mesmo determinar
O que era importante pra mim,
A procura do poder nunca me fascinou,
Aliás, acredito que várias vezes perdi o trem da história
Em várias oportunidades estava no lugar errado,
na hora errada, chegava cedo demais,
fora do compasso, e descobri:
É horrível ter razão.
Ela dói, machuca, pois deveríamos ver antes,
Aquilo que é tão óbvio
Avancei quando acreditei,
Retrocedi quando necessário,
Aquietei-me na hora certa;
Não na minha hora.
Dei ouvidos ao meu coração,
Chorei lágrimas amargas por isso
Mas, caminhei meu caminho
E não me importa
Em quantas estações fiz minhas paradas,
Como disse, chorei minhas lágrimas
Mas fui intensamente feliz.
Ainda hoje, principalmente hoje,
A inquietude continua
Nômade sim, instável jamais,
Completamente convicto do que sou
Para que sou.
Se parece incoerente pra você,
Imagine pra mim
(ainda em construção)..