Pipas na Chuva

Sou como metal entre a grana

Aço frio, entre tanto verde vivo

Brilho, e no entanto, me desprezam,

Acho que a vida verde chama mais atenção

Sou como pipa, no céu de cinza escuro

Que está destinada a se desmanchar

E quando as gotas lhe rasgam o papel

Seu dono apenas recolhe a linha, e vai pra casa

Sou como ave em ninho abandonado

Que quer voar, mas que sabe não poder

Procuro os pais, que me ensinariam a planar

E minhas frágeis asas, levam, direto ao chão

Sou como a flor, que vai à floricultura

Condenada a exalar o seu perfume

Por muito menos do que aquelas que ficaram

No jardim que, perfumado, tanto era

Sou eu, amante, que sabe, não ser amado

Te esperaria, mas você não quer que eu o faça

Foi direta ao dizer, que o teu amor,

Já é daquele, que nem precisou te esperar