O MAIS FRACO DA MANADA
Sou o mais fraco da manada
De sobrevivência improvável
Último na cadeia alimentar
Debilitado no curso da história
Arrastando-me pelas ravinas
Pelos bares e pelas esquinas
Por entre as pernas das meninas
De rostos indefinidos, borrados
Trôpego, faminto como um cão
Lambuzado de saudade
Olhar pleno de oração
Olho o veludo do teu colo
Tua nuca macia e quente
Prostrado sou tua presa fácil
De joelhos já não resisto
Vejo o chão cada vez mais perto
Cá de baixo percebo-a soberba
Com olhar real de abelha
Viúva negra depois do coito
Com tuas unhas vermelho sangue
Tuas mãos fortes de mãe
Sei que um dia me acuas fraco
Me cercas pelas campinas
Dominas-me para teu fausto
Subjugas-me feito um cordeiro