QUANTO VALE OU É POR KILO
Na sala do terceiro ano
Alunos assistiam atentos
Filme que retrata o insano
Capital, do qual não somos isentos.
Quanto vale ou é por kilo
Neste não se pratica o “filo”
Tudo se transformou mercadoria
Para além de toda aporia.
Mostra a dor da escravidão
E os mecanismos de exploração
Fala da indústria da solidariedade
Enraizada, cimentada na mediocridade.
(Muitos dos alunos cansados
Por este sistema subjudados
Não conseguem nem assistir
Sob as carteiras estão a dormir).
Usa-se da miséria para lucrar
O povo não consegue nem notar
Preocupados na defesa da existência
Destes fatos nem tomam consciência.
Projetos sociais, iniciativas privadas
Todos querem com a pobreza lucrar.
Fingem ajudar com suas “caras” lavadas
Mas é o dinheiro que buscam faturar.
Os “trambiqueiros” mais espertos
Pedem dinheiro no exterior
Para crianças ou pobres, decertos,
Ajudar, enganam a partir do interior.
Entidades carentes estão doentes
Da ajuda aos pobres, ausentes
Usam dos sentimentos para “enricar”
Constantemente pessoas estão a enganar.
Fazem a defesa com retórica
Da ampliação das cadeias
Com excelente falácia retórica
Tecem assim suas teias.
A crítica a libertação
De escravos, indignação
Sem trabalho e especialidades
Foram libertados para as marginalidades.
É um filme que faz pensar
Para a ação se melhorar
Quando a realidade entendermos
Outra, então, assim construiremos.