Mais uma noite cálida de janeiro
Bela, de uma selvageria solitária
As brisas embalam meu sonhar primeiro
O cantar do vento largo, solidário.
 
Meu olhar vaga até o infinito distante
Vejo a alva figura da coruja forasteira
Mergulhando nas luzes neste instante
A ave estrigiforme em direção a esteira.
 
Tímida e discreta criatura
Leve ave, como poeira solta
Desce do negro firmamento esvoaçando as agruras
E quase pousar o vôo sobre minha cabeça, em branduras.
 
Não pousa, voa, em extrema sabedoria
cingindo o céu em vôo silencioso
De graças coroada, sacudindo penas, subia
Como se fosse ondas em marulhar orgulhoso.
 
Ah! Minh’alma que inveja sente
Dos hábitos noturnos e crepusculares
Do vôo silencioso e liberdade contente
Desta ave em murmurantes bramidos nos ares.
 
Vendo-a tão livre, meu coração jorra estes versos sentidos
Querendo subir como ela  e me tornar totalmente livre
Nos dias vindos.
 
 
sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 31/01/2009
Reeditado em 31/01/2009
Código do texto: T1414208
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