Aconchego do eufemista

Se na lembrança da felicidade

Turva-se o céu na beleza escondida

Uma nostalgia terna e reprimida

Desejo, lembrança e saudade...

Foste a rosa entre as flores

A esperança de um futuro

O renascer sombrio e escuro

De um amor entre os amores...

Agora existo em uma semi-vida

Mendigando algum sentido

E na dor de minha ferida

Em vão algum forte antídoto.

Ao norte rumo sem noção

Mártir da incompreensão

Minha bússola, meu mundo

Algum sentimento profundo.

Sim, “chega de saudade”

Já dizia um grande poeta.

Sinto realmente a realidade:

Solidão é a forma concreta.

Imploro aos céus pela liberdade

Tirar minha vida, jamais

Um pouco de sensibilidade

Tenho visto em meus umbrais!

Me despeço agora em luto

Para depois viver na certeza.

O céu turvou-se em pureza,

Pois sei: Bendito és o fruto.

Ferrachi Abdtzen
Enviado por Ferrachi Abdtzen em 20/04/2009
Reeditado em 31/05/2009
Código do texto: T1549610
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