FOLHA MORTA

Caíste no chão

no meio a tanta ventania.

Fixei o olhar em ti.

Saíste rolando

pelo vento empurrada.

Pensei e corri.

Apanhei-te com a mão.

Admirei o que via.

Com olhar encantado

fitei-te de lado a lado,

obra da natureza senti..

Bela e visçosa, no passado.

Agora, seca, amassada.

Passei a meditar, a refletir

porque isso acontecia?!

E fui pensando

no grande mistério da vida.

Ontem, davas sombras, eras bela

qual quadro pintado à aquarela.

Hoje, lixo! Que horror, não!...

Na cabeça uma confusão!...

Te apertei,

te acariciei,

entre trêmulas mãos.

Suspirei, suspirei

gemendo gritei:

Vem comigo,

te dou abrigo,

me farás companhia.

Germe inútil não serás.

Uma nova vida terás

contigo meditarei,

Te contemplando,

te amando

vou lembrar

as maravilhas de Deus.

Sei que vou acabar

todos os anseios meus.

A realidade verei,

o que tu és, serei,

folha morta, no chão caída

no meio da multidão.

Tenho fé que um Deus

me dará abrigo

ficando perto, comigo,

quando não tiver um amigo

e quando terminar os dias meus

correrei prara os braços seus

onde terei acolhida

para uma nova vida.

Autora:Yeda de Moraes Souza Machado

Parnaíba, janeiro de 2005

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yedamsm
Enviado por yedamsm em 06/07/2009
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