Rosa Mulher ( Dueto com Evaldo da Veiga)

Joselma

O poeta já dizia:

“as rosas não falam”

Evaldo

As Rosas falam, falam sim,

dizendo de beleza e ternura

Joselma

Elas dizem com o perfume

Do seu intimo, do seu lume

Dizem da tristeza ou alegria

Das noites escuras e frias

Evaldo

Sim, expressam sentimentos,

todos, em profundo silêncio,

em audição irretocável...

Assim que dizem as flores

Joselma

Ou dos dias claros de verão

A “rosa – mulher”

Evaldo

Todos os dias são da Rosa,

da Rosa Flor, da Rosa Mulher

Joselma

De que fala a canção

Quanto menos fala mais quer

Evaldo

Querendo também.

No mais eloquente silêncio

Joselma

Olhar atento

De quem lhe admira

E deseja

Não apenas os encantos

Visíveis

Evaldo

Pois a verdeira beleza

é invisível aos olhos,

só se ve com o coração

onde o encanto toca,

se faz luz e canção

Joselma

Mas a poesia do olhar

A delicadeza do ser

Que mal se advinha

Mas se pode ver

Evaldo

Penetra no mais intimo do ser,

pois são os olhos que dizem

e desenham o caminho

dizendo onde se deve ir

Joselma

Com os olhos do coração.

Quisera poder unir

No mesmo som, mesmo verso

De sonhos desfeitos

Evaldo

E os sonhos se reconstroem

na impossibilidade de unir

os cristais partidos

sob o milagre do teu olhar

Joselma

Medos escondidos

A nota perfeita

Que fala de amor

Do canto encanto

Evaldo

Do canto lindo da tua fala

que nos livra do medo

nos pondo frente a frente

com a delícia do amor

Joselma

Que não rima com dor

E esquecer de tudo o mais

Rimas tantas

De tanta vida

Que a vida trás!