A nobreza de um Prêmio Nobel
No império azul, branco e vermelho
O presidente negro ganhou um prêmio
Reconheceu-se nele a paz
E não sua face voraz
Não é que não se reconheça
Não é que não se lhe tenha respeito
Afinal tamanha façanha é vencer o preconceito
Pois tendo a pele negra não é fácil ser aceito
O dilema é bem outro
Não que eu seja agoureiro
Mas ser íntegro e não torto
Onde o alicerce é o dinheiro?
Pelo sangue derramado nas guerras
Pela fome insana que o egoísmo semeia
Pela sede de justiça dos povos
Pelo selo da paz que recebestes
Interrompe a carnificina
Enche os celeiros do mundo
Combate a hipocrisia política
E torna-te mensageiro autêntico
Dessa dádiva tão gloriosa
Que para ser alcançada é dolorosa
Às vezes de forma até vergonhosa
Traga-nos a paz que é tão preciosa.