MENSAGEM

Agosto 2004

Para minha sobrinha Gisela

O dia amanhece...triste

Em meu peito aparece

Aquela velha ferida...

A sensação de orfandade

aflora, persiste...

Tento manter a calma

Mas minh'alma chora.

O céu parece que também chora...

Nesta manhã sem alma!

A sensação de vazio, tão forte

Como um vento de morte...

Soprando, soprando, soprando...

Empurrando meu corpo inerte, sem sorte!

E nesta hora terrível,

Em que a solidão invade,

O telefone toca. Atendo impassível...

Quem seria? Era uma mensagem...

E naqueles versos tão amigos,

Tirado do livro dos livros...

Começa a soprar um vento de vida,

Soprando, soprando, soprando...

"Há tempo para tudo

Debaixo dos céus...

Tempo para chorar e sorrir,

Tempo para destruir e construir..."

Emoção, curiosidade; juntas...

Quem seria?

Quem de mim se lembraria?

Quem para mim sorriria?

E a resposta chega no final:

Era de minha afilhada,

A mensagem delicada, imortal!

E ela, sobrinha, gentil, amada!

E aos poucos o sol começa a surgir...

O cinza dá lugar ao azul,

Fora de mim,

Dentro de mim!

E eu então recupero minha visão:

Consigo ver o rosa dos ipês,

o vermelho dos bicos de papagaio,

o rosa dos hibiscos...

A rosa que se abre em meu jardim,

O cravo que ganhei na véspera,

Consigo ver o amor, enfim!

Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 11/11/2009
Reeditado em 11/11/2009
Código do texto: T1917981
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