S i b i l o
No vagão da noite,
um luzeiro se esconde
entre as sombras do rio.
Traz lamentos, suspiros, lágrimas
daqueles que partiram
e deixaram seu destino.
Os trilhos se alongam paralelos
com feições de sofredores...
Estonteados se embrutecem.
O gemer das rodas se espalha
pelo vento esquivo do leste
e vai anunciar na colina...
que os longos apitos fronteiriços
descem vertiginosos a paixão
da distância que não finda.
São Paulo, 19 de janeiro de 2010.