NO MAR DOS DELÍRIOS

Meus delírios me fazem companhia

São raios de sol numa tarde fria

São uma brisa que vem ao meio-dia

Aliviar as tensões do amanhecer

Preparar-me para a tarde e a noite que chegam

Às vezes antes do entardecer

Trazendo risos, prantos ou saudades

Eflúvios de tantas sensibilidades

Sinais que fazem ou fizeram sofrer

E não me venham convencer

De que sem meus delírios eu viveria

Não me tentem, pois dizer

Que sem eles eu até ficaria

Rindo, chorando, sem me comover

Meus delírios são calados no papel

Ressurgem na tela do computador

São suaves, não cobram não exigem

Nada além do que chamo de amor

Nada além do que ou é prazer ou dor

Lágrimas suaves deslizantes pelo rosto

Transformadas num sorriso a gosto.

Cujo gosto alivia o meu sofrer.

Meu delírios: simples expansão de sentimentos

Encalacrados no peito

Buscando no tic-taque sua libertação

Alívio suave para esta emoção

Que se não quer perder sem sentir-se forte

Ante a vida, incapaz da morte

Porque morrendo o poeta, morrem os delírios

E a sensibilidade cai no mar do nada.

Regina Souza Vieira
Enviado por Regina Souza Vieira em 31/07/2006
Código do texto: T206276