“Botequim de Belém”
Ando pelos becos sujos de Belém
Trocando passos com mendigos
Bebendo e fumando com vagabundos intelectuais
Suspiro em troca de amor
Mendigo por carinho
Paro no sinal e vejo crianças feias e sujas
E sinto vergonha de mim
Olho esse inferno e sigo adiante
Sem nenhuma perspectiva de vida
E no final da noite me engrandeço na estação das docas
No dia seguinte continua minha rotina
No meu espaço a fome e a miséria são normais.