Tua decepção
Estranhamente concretas aquelas ponderações
Falavam de coisas objetivas
Enumerados eram os meus defeitos, as minhas falhas
E o quanto isso feria, o quanto machucava.
E como um réu digerindo minha sentença
Na companhia de meu gemido sussurrado
Percebi no ameaçador tribunal
Que eu não tinha advogado
A vítima sofrida mostra seus flagelos
Com os olhos inflamados aponta terrível culpa
Crime e castigo de mãos dadas naquele altar
A voz da dor vira algoz
Mas na danação daquele libelo
Percebi que havia defesa
Que as provas eram frágeis
E que o processo estava viciado
Que tudo não passa de encenação
Numa articulada teia de concepções
Na qual o réu é um fantoche
Da criminalização ardilosa da decepção
Tenho meus valores, ouço um grito atroz!
Você é culpado de não me fazer feliz
E conclui a terrível decisão:
De não ser o que espero de você!
Condenado estás!
E serás executado pela mão do carrasco
A perder-me para sempre
Por que nasceste sob o signo da desgraça
Em seio sujo distante de meus raros valores
Descobri que não tens valor!
Bijuteria fajuta na tenda do camelô
Por isso nego-te todas as benesses
Para que teu castigo seja tua própria companhia.
E nisso que me restou.
Um corpo e seus trapos
Sinto um ritmo diferente
O brilho do sol, talvez.
Ou de todas as estrelas juntas.
E como numa floresta
Em que a queda de uma árvore
Dá espaço para que outras mais novas
Renovem o ar do mundo
Quero cumprir minha pena sorrindo
Esperando com paciência a luz do amanhecer
E as surpresas que as ondas vão trazer à praia
Na mais profunda amizade e respeito comigo mesmo
Pois sou tudo o que tenho
Estranhamente concretas aquelas ponderações
Falavam de coisas objetivas
Enumerados eram os meus defeitos, as minhas falhas
E o quanto isso feria, o quanto machucava.
E como um réu digerindo minha sentença
Na companhia de meu gemido sussurrado
Percebi no ameaçador tribunal
Que eu não tinha advogado
A vítima sofrida mostra seus flagelos
Com os olhos inflamados aponta terrível culpa
Crime e castigo de mãos dadas naquele altar
A voz da dor vira algoz
Mas na danação daquele libelo
Percebi que havia defesa
Que as provas eram frágeis
E que o processo estava viciado
Que tudo não passa de encenação
Numa articulada teia de concepções
Na qual o réu é um fantoche
Da criminalização ardilosa da decepção
Tenho meus valores, ouço um grito atroz!
Você é culpado de não me fazer feliz
E conclui a terrível decisão:
De não ser o que espero de você!
Condenado estás!
E serás executado pela mão do carrasco
A perder-me para sempre
Por que nasceste sob o signo da desgraça
Em seio sujo distante de meus raros valores
Descobri que não tens valor!
Bijuteria fajuta na tenda do camelô
Por isso nego-te todas as benesses
Para que teu castigo seja tua própria companhia.
E nisso que me restou.
Um corpo e seus trapos
Sinto um ritmo diferente
O brilho do sol, talvez.
Ou de todas as estrelas juntas.
E como numa floresta
Em que a queda de uma árvore
Dá espaço para que outras mais novas
Renovem o ar do mundo
Quero cumprir minha pena sorrindo
Esperando com paciência a luz do amanhecer
E as surpresas que as ondas vão trazer à praia
Na mais profunda amizade e respeito comigo mesmo
Pois sou tudo o que tenho