Até aqui (das histórias que ouvi)...
Cheguei a engatilhar o Schimit e encostar na têmpora direita;
O inibex com conhaque acelerou o pulso e tirou minha coragem;
Meu mundo era viagem, trabalhos forçados, punga e vadiagem;
Duvidei de tudo, de todos e mijei nas oferendas do despacho;
Com meu saco na rua, sem rumo, faltando feijão, farinha e tabaco;
Cachaça no carote de plástico, álcool combustível com meio limão;
Sem banho por vários dias, cachimbos e seringas jogados no chão;
Pensando na mãe que sumiu, no pai que não viu, meus irmãos;
Conheci o X, o boi, os pipas, a faxina, o moca, os funça;
Em romani estardado, e quem não sabe não entende a bagunça;
Mas tenho fé que isso vai acabar, é só tomar uma e parar de tremer;
Quero trabalhar, mexer em computador, aprender a ler e escrever,
Aproveitar o restinho de vida, que ainda tenho pra tentar viver...