Alma Cativa

Por que me olhas? Ó lua!

Com tua face tão nua

Brilho roubado do sol

Rompendo pela janela

Não sabes que assim desvela

Um lamento em meu lençol?

Nascendo por trás da palma

Me afrontas com tua calma

E eu, nesse mar de tormentos

Imerso na escuridão

Mergulhado em solidão

Desterro dos sentimentos.

Traze, pois, em teu luar

O poder de tanto amar

As expressões mais singelas

O mero brilho do sol

No despontar do arrebol

Faz-se das coisas tão belas.

A luz da mais tênue estrela

Torna-se fúlgida ao vê-la

Com olhar simples de criança

O ódio se torna amor

O espinho se torna flor

Enche um mundo de esperança.

Ao zênite vais rumando

E eu aqui vou invejando

De tua jornada altiva

Traze do alto alegria

Traze também alforria

A esta alma cativa.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 24/04/2010
Código do texto: T2217599
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