Sôfrega espera

Quando quase já não suporto

E estou a pedir justiça,

A ti peço, de Deus, clemência.

Onde plantas ódio, rogo

Que colhas bênçãos.

Quando maldizes, peço dEle

Misericórdia, dê-te mais um tempo.

Quando pisas, digo _ Senhor

Lembrai-Vos dos que não sabem o que fazem,

Como quando estáveis na Cruz.

Se, também, com estas palavras, te inflamo o rancor,

Lembra-te: digo-as, e não é por causa

De santidade, que não a tenho;

É porque o Mestre pediu

Que não seja dente por dente;

Nem olho por olho

Ele quer que seja.

E, porque Ele ensinou

Este Extremo Amor,

Tento seguir-Lhe tão difíceis

Passos e intenções.

Que saias deste torpor,

Que sejas arrancada, com, amor,

Das trevas. Que busques as Divinas Mãos

Sempre a ti estendidas;

Encontres remédio que cure

Teus males e deles nunca mais te lembres,

A não ser, para agradecer e louvar o Senhor

Que te espera como perdida ovelha

Há tanto desgarrada do Rebanho.

Ele te aguarda

Com ricos anéis e vestes, como o pai

Que festeja do pródigo filho a volta.

E, esperando-te assim ornada,

Em paz contigo mesma e o mundo,

Junto-me eu aos teus _que também

Meus o são por causa do sangue e do nome_

Não te tardes mais:

Nós e o Nosso Senhor

É que te aguardamos.

E se nunca leres estas palavras

Por ignorar delas a existência

Ou por nenhum interesse nelas haver,

Que elas fiquem para sempre

Guardadas no Coração de Deus.

Neusa Storti Guerra Jacintho
Enviado por Neusa Storti Guerra Jacintho em 04/05/2010
Reeditado em 04/05/2010
Código do texto: T2236609
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.